quinta-feira, 9 de julho de 2009

Trabalhar na imprensa em cidade pequena causa amnésia.

É incrível o que acontece em órgãos de imprensa de cidade pequena.
Os assuntos que, durante um ou dois dias causam furor na cidade, deixam de ser assunto com a mesma intensidade.
Ou se perdem ao vento, ou então são "calados" pela força do dinheiro ou da "amizade" com aqueles que foram o assunto.
Apesar de morar em uma cidade que não é tão pequena assim - Três Lagoas/MS possui cerca de 100 mil habitantes - vejo isso acontecer comumente.
Por aqui, muitos assuntos chacoalham a cidade e desaparecem sem deixar rastros.
Escândalos politicos, sociais, etc ocupam o espaço das rádios, jornais, sites e afins por dois ou três dias. Mas antes que a opinião pública se forme e decida o que comentar e como colaborar para que não se repitam, desaparecem...
São vários os exemplos. Cito aqui o caso mais recente: o do Misto Esporte Clube - equipe de futebol local.
Em todos os começos de ano, monta-se um time que, segundo dirigentes: "neste ano nasceu para ser campeão".
O clube então recebe um montão de dinheiro, seja da iniciativa privada ou do Poder Público. Joga uma duzia de partidas, é desclassificado e desaparece, assim como o dinheiro investido.
Em 2009, o time chegou a jogar mais que uma dúzia de jogos. Marcou até história como o primeiro time do estado de MS a passar de fase na Copa do Brasil (mas também não passou do segundo jogo).
Recebeu uma bolada. Como se não bastasse o "din din" de sempre, ainda recebeu dinheiro da CBF e gordas boladas resultado de bilheterias em jogos como o realizado em Campo Grande contra o time do "gordinho" Ronaldo.
Como sempre, terminou desclassificado. Mas e o dinheiro? Onde foi parar?
O assunto tomou conta da cidade. Os jogadores receberam salário com cheques sem fundo e as acusações foram disparadas para todos os lados.
Mas muito se falou e pouco se fez para encontrar os verdadeiros culpados.
(Onde está o dinheiro, o gato comeu, o gato comeu, e ninguém viu....)
E o assunto se perdeu, como se perdeu também o foco da imprensa...
Mas e o verdadeiro papel da imprensa? Aquele de averiguar, investigar e apontar os culpados? Também se perdeu?
Que pena! E olha que tem gente boa trabalhando aqui, hein!?
Gostaria de ver a imprensa de Três Lagoas menos factual, menos tendenciosa e "amarrada" e mais investigativa.
Quem sabe casos como o do Misto e outros tantos que "assombram" nossa cidade não fossem solucionados se houvesse uma intervenção mais eficaz (e real) da imprensa local, já que imprensa regional e estadual só aparecem quando os politicos que os bancam, ou a seus órgãos, por aqui dão a cara.
É preciso agir.
De boa intenção, o inferno tá cheio...

Um comentário:

  1. É mesmo meu amigo Adriano.
    Por onde anda V.Sa.? (parafraseando os edis)
    Infelizmente estamos diante de apenas mais um caso de "bola cheia" para ser investigado...
    Mas isso leva a quê?
    Já me disseram que a imprensa é o 4º Poder no Brasil, que tem inclusive poder para apertar todos os outros 3 poderes...
    Mas me diga: Fazer exatamente o quê com o resultado em mãos?

    Também se ouve dizer por aí... que todos os 4 poderes são iguais... coronpíveis...

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